Diamantina - Parque E. do Biribiri-MG.

Diamantina : Um Roteiro através do tempo !

Croqui de localização.

Distancia da capital mineira: 300 kms
Hospedagem experimentadas e indicadas:
Pousada Sempre Viva (R$ 120 casal)
Hotel Estilo de Minas ( R$ 160 casal)


Diamantina é sem dúvida uma grande parte da história de Minas Gerais e do Brasil. Merece ser apreciada por seus detalhes e conteúdo riquíssimo conteúdo histórico.

Há quem diga que a cidade é um prato cheio para Historiadores, Sociólogos, Arquitetos, Geógrafos, Geólogos, Engenheiros, Artistas, etc. Mas, de fato é um lugar com forte fonte de inspiração!

A cidade possui tamanha história imbuída em seu nome, que certamente, se faz necessário conhecer os principais fatos que marcaram a época da origem e apogeu da cidade dos diamantes.



BR 259, entre Curvelo e Diamantina.

À frente avista-se um dos muitos dos afloramentos rochosos da região, esse trecho possui altitude e força dos ventos elevados, que fora implantado um usina de Energia Eólica.


Vista da Pousada, região central.



Ruas centrais.


O centro urbano de Diamantina, possui configuração característica das cidades do período colonial, ou seja, com padrão irregular, arruamentos transversais à encosta, marcados principalmente pelas ruas paralelas, pequenas variações de abertura ou desvio de alguns becos e ruas estreitas. A arquitetura cravada na imponência das edificações, evidencia a influência dos portugueses e escravos da época.





Em praça central, estátua de Juscelino Kubistchek - nascido nestas terras, em homenagem ao ex-Presidente do Brasil e idealizador de Brasília nos anos 50.

O artesanato também é grande fonte renda na cidade, e impossível não querer levar vários souvenirs na bagagem.


Um dos famosos e curiosos contos do passado de Diamantina, e que ainda permeiam na imaginário popular, é o da figura de Chica da Silva, que dizem ter sido uma belíssima escrava negra, que fascinou e foi amante do homem mais rico do vilarejo, o comerciante e contratador (sujeito indicado pela Corte Portuguesa pelos direitos e concessão para exploração das lavras) de diamantes João Fernandes de Oliveira. Diz-se que a escrava virou rainha. E para ela, ele construiu uma mansão de 21 cômodos, onde tiveram 13 filhos. Partes dessa história, são controversas, onde alguns afirmam que Chica era rejeita pela alta sociedade, considerada uma "devassa" e que não era bem-vinda aos templos tradicionais. Contudo, a bela escrava, vivia em uma casamento estável com um nobre branco e fora enterrada no cemitério São Francisco de Assis, destinado aos brancos ricos. O que prospecta sua aceitação perante à sociedade burguesa.

Mercado Municipal, conhecido como Mercado velho.

As linhas da Diamantina, serviu de inspiração para arquitetos modernos, como Niemeyer. O mercado "velho" ( foto acima), que serviu de antigo pouso de tropeiros, teria inspirado o desenho do pilotis do Palácio da Alvorada, residência do Presidente da República, em Brasília.

A famosa Vesperata, acontece na zona boêmia de Diamantina

Bem, a Vesperata é resumidamente um tradicional evento na cidade, uma manifestação cultural que acontece religiosamente em dois sábados por mês, entre os meses de março à outubro ( vide calendário vesperata em http://www.diamantinamg.com/products/vesperata-2012/).

A termo 'vesperata' é uma adaptação do termo vésperas, que significa anteceder algo de maior relevância.

Ainda nos idos do século XVIII, as irmandades, contribuiam de forma sistemática para o reconhecimento e manutenção do ofício dos músicos. Dessa forma, cada entidade religiosa criada, promovia uma festa dedicada ao seu Santo de devoção. Além das festas, a celebração acontecia em meio à missas cantadas, ladainhas, novenas, e para tal, encomendavam-se músicos aos mestres do ofício.

Neste cenário de intenso e poderoso ambiente musical, diversos músicos e maestros se formaram e se destacaram no Brasil e também fora do país.


A criação de um 'código de posturas municipais', que tinha objetivo um ordenamento urbano, acabou por limitar o livre funcionamento das irmandades, subordinando-as às normas e condutas. Isso levou ao atrofiamento do cotidiano das irmandades e o fim do subsídio ao ofício de músico.

Entretanto, ainda hoje, Diamantina possui um expressivo número de músicos que primam pelo gosto e excecutam de forma primorosa, o jazz, o bolero, a valsa, a bossa nova, chorinho, o samba e a serenata.


Vale observar que o termo Vesperata, é associado também com o sentido de espetáculo, de concerto, fazendo uma alusão à tradição Inglesa de se tomar chás nos fins de tarde, e à antiga tradição diamantinense de se preparar reuniões musicais vespertinas ao seio da cidade.

É belíssimo observar o caloroso e fiel público, reunido nos arredores da rua da Quitanda, centro histórico da cidade onde acontece a vesperata. Ouvir os músicos integrando orquestras e regidas por maestros que são igualmente admirados. Os músicos ocupam as sacadas dos antigos casarões, e o espetáculo é memorável.

Pequena demonstração da Vesperata.

Como já sabemos, a região de Diamantina é conhecidamente cheia de serras e montanhas, denominamos na topografia (Ciência que estuda os acidentes geográficos), que Diamantina possui um relevo predominantemente entre ondulado e montanhoso. Cabido à isso, a região tem inúmeros cursos d'água, e cachoeiras e o hoje, não tão imponente, rio Jequitinhonha.



Diamantina, conta também com opções 'in natura', onde bem próximo da cidade, encontramos belas paisagens naturais. Dentre as cachoeiras mais famosas, estão a Sentinela, das Fadas, dos Cristais, da Toca e Três Quedas. As cascatas formam belas piscinas e poços naturais de água cristalina, propícios para banhos.

Cachoeira da Sentinela.

As cachoeiras de Diamantina merecem alguns dias reservados exclusivamente para conhece-las, pois, o acesso mesmo que fácil, exige contemplação. Me indicaram também uma cachoeira imperdível, localizada no distrito de Mendanha, vizinho de Diamantina, e distante cerca de 30 km por asfalto. Faltou tempo!


Outro ponto turístico da cidade e que é digno que ser conhecido, é o Parque Estadual do Biribiri.

Toda a área do parque, denominada Fazenda Biribiri, pertence à uma industria textil, denominada Estamparia S/A, e que possui unidade em funcionamento em Diamantina, fábrica em Gouveia, e unidade administrativa em Contagem-MG.


A Estamparia S/A, surgiu no século XIX, pelo Dr. Alexandre Mascarenhas, onde fora criada a Vila Biribiri, com o objetivo de abrigar todos os trabalhadores da fábrica e dá-los toda a condição de permanecer sendo funcionários. Veja a placa informativa:

A Vila encanta pela sensação bucólica, com certo tom de arcadismo, onde as paisagens têm beleza cênica, com rios de leitos de pedras, formando cachoeiras. A área abriga várias nascentes e cursos d'água, como o Rio Biribiri que moveu as turbinas da hidréletrica geradora da força motriz da fábrica de tecidos, o Rio Pinheiros e córregos, como o famoso e já citado Sentinela e o Cristais.

Vista da vila, pela estrada.


Para suprir a visitação, o lugar conta com o restaurante do "Raimundo Sem Braço", que conta com o quê de beber e comer, rs.

Desde 1998, a Vila do Biribiri, juntamente com toda a extensão da fazenda Biribiri, integra uma área de preservação, manutenção e responsabilidade do Instituto Estadual de Florestas -IEF. Denominado Parque Estadual do Biribiri. A área do parque integra o complexo da Serra do Espinhaço, e segundo o IEF ocupa uma área de aproximados 17 hectares.


Abraço e boas viagens!








Mais informações sobre Diamantina, em: http://www.diamantina.com.br/